Futebol: uma caixinha de surpresas que pode ser transformar num baú

Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora... De amanhã não passa, o Santos vai continuar a sua busca pela terceira estrela. Digo continuar porque a mesma só começou com a conquista da Libertadores, a única forma de disputar o Mundial Interclubes da Fifa. Nelsinho Batista, que já foi treinador do Santos (e que foi demitido depois daquele vexamoso 7x1 para o Corinthians) e que atualmente comanda o Kashiwa Reysol, disse que Neymar é diferenciado e um superstar. Esse é o dircurso a ser adotado mesmo, todo mundo sabe disso. Antes de qualquer partida um jogador sempre exalta as qualidades da outra equipe e a frase "o time deles é perigoso" aparece em todas as respostas. Até o momento o único a dizer "viemos para ganhar" foi o Barcelona. Pepe Guardiola pode até não ser convencido, soberbo, mas sabe o time que tem nas mãos - e na cabeça. Como venho dizendo há algum tempo na 88, o Santos não tem obrigação de vencer o Barça, pois trata-se de um time fabuloso, uma verdadeira máquina de jogar futebol. Esse Barcelona tem uma paciência única quando o assunto é tocar a bola, um time que detém cerca de 75% do tempo de jogo com a bola em seu poder. E assim, tecendo sua teia por todo o campo, eis que que vem o bote fatal. Um grande conjunto comandado por dois nomes: Xavi e Iniesta, dois maestros prontos para reger a orquestra espanhola e sua legião estrangeira, com o francês Abidal, o brasileiro Daniel Alves e os argentinos Mascherano e Messi -este apenas o melhor do mundo pelos dois últimos anos. Soa como uma tremenda falta de modéstia mesmo, mas o Barcelona tem as costas largas da imprensa mundial para se dar esse desfrute. É bem provável que Santos e Barcelona se encontrem na final no próximo domingo (18), mas também pode acontecer o improvável. Um novo Mazembe talvez? Sim, porque não. Estatisticamente falando sei que é muito difícil, mas os catalães podem ser surpreendidos pelo Al Sadd. Toda a imprensa tem procurado destacar o que aconteceu ao Internacional no ano passado ao enfrentar os africanos, quando perderam para um time até então desconhecido.

O Santos sabe disso e vai enfrentar o Kashiwa - sem querer fazer piada com os japoneses -, de olhos bem abertos. O Barcelona simplesmente já parece estar na final. Quem? Al Sadd? Ah, tá. E daí?

Volto a dizer, é muito, mas muito difícil, mas quanto se ganha mais se está próximo da derrota. E a história está aí para comprovar o que digo. Como alguém um dia sabiamente disse, "o futebol é uma caixinha de surpresas". Não se esqueça, nesse mundial ele pode ser até mesmo ser um baú.