Alô, alô, nação 88!
Pra começar a semana daquele jeito, vou resgatar aqui um assunto que me deixou profundamente irritado, "P" da vida.
Trata-se da abertura (no último dia 31 de dezembro) do Jornal da Band, com Boris Casoy. Entre as principais notícias do jornal - logo na vinheta de abertura -, dois garis, muito humildemente desejavam (a seu modo) um feliz ano novo. Sem saber que o áudio ainda estava ligado, Casoy disparou, em meio a risadas, as infelizes palavras: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras"! E ainda completou: "Dois lixeiros, o mais baixo da escala do trabalho"!
Ora, o Sr. Boris Casoy, um dos jornalistas mais respeitados desse país, autor da célebre frase "Isto é uma vergonha", mostrando sua verdadeira opinião acerca de uma profissão, que como outra qualquer, merece o reconhecimento e o respeito de todos da sociedade.
No outro dia, após o fato consumado, ele veio - ao vivo - fazer seu pedido formal de desculpas. Desculpas? Não há desculpas para algo como isso, acredite.
Eu mesmo, trabalho em rádio desde 1996. Em diversas oportunidades deixei o microfone ligado - somos nós mesmos que operamos a mesa, diferentemente de outras épocas, onde havia também o operador de áudio.
Quando isso acontecia e, na sequência, eu verificava a "caca" que havia feito, a primeira coisa que me ocorria era lembrar - ou pelo menos tentar lembrar - o que eu tinha dito. O suor escorria frio, mas o rosto queimava, tamanha a cor vermelha da vergonha que o estampava.
Graças a Deus, em nenhuma dessas vezes eu disse algo que pudesse ofender alguém. No máximo, eu estava cantando junto com a música ou lendo alguma notícia no fundo, enfim. Pode ter certeza, se algo como isso tivesse acontecido comigo, eu penduraria a chuteira, ou melhor, o microfone. Não daria para simplesmente pedir desculpas e continuar fazendo o programa como se nada tivesse acontecido, eu não conseguiria conviver com isso. Não cuspo pra cima, sei que estou sujeito - como qualquer pessoa da mídia -, a tal situação, pois sou humano e, por isso mesmo, passível de erros. Mas alguns erros devem ser punidos de formas mais severas. Talvez o Sr. Casoy não tenha sido demitido por conta de sua extensa - e até então respeitada - trajetória na TV brasileira. A Band não agiu com bom senso, seria o mínimo a fazer.
Os telespectadores não irão mais assistir ao jornal como em outrora. Pelo menos não deveriam assistir. E pode ter certeza, outros grandes âncoras do telejornalismo brasileiro, devem agir da mesma forma quando seus microfones estão desligados. O próprio William Bonner - que já cometeu uma centena de pequenas gafes ao vivo -, ministrando uma palestra numa universidade, deu a sua "maior bola fora" ao comparar o brasileiro com Homer Simpson, uma analogia carregada de preconceito, pois todos conhecem o perfil desleixado do homem amarelo dos desenhos.
É isso, tome muito cuidado ao escolher seus ídolos, independentemente da área em que atuam. Eles podem decepcioná-lo (a) demais. Eu me decepcionei com Boris Casoy. Assista ao vídeo no You tube: Boris Casoy pede desculpas por ofender garis no Jornal da Band + vídeo em que ele ofende garis. É só dar Ctrl C / Ctrl V e tirar suas próprias conclusões.
Um abraço.
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