"IPVenhamos e Covenhamos"

É gente, depois de muitos gastos com ceias de Natal e Réveillon e presentes para familiares e amigos – onde você meteu seu 13º inteirinho e ainda continua empurrando com a barriga aquelas continhas atrasadas de 2009 -, vem a primeira sigla do ano: o IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores). Acabei de receber meu e tô doido pra contribuir com cada moedinha dos R$ 456,15. Meu carro é 1998 e é movido a gasolina – esse tipo de veículo recolhe 4% de seu valor total, ou seja, meu carro vale cerca de R$ 11.400,00. Isso é um insulto! Eu paguei R$ 14.000,00 por ele em fevereiro do ano passado, ora bolas. Opa, melhor não reclamar, né? Calculando por esse valor, eu teria que pagar R$ 560,00. Que bom! Então economizarei pouco mais de R$ 104,00, YES! Bem, mais depois dessa minha incrível dedução matemática e (quase) conclusão, voltemos às nossas inseparáveis siglas. E olha que o Brasil tá cheio delas, são pra lá de 60! Alguns nomes são tão extensos que nem seus criadores conseguiram transformá-los em siglas. É o caso da Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e Radioativos e suas Instalações. Seja sincero, você já tinha ouvido falar disso? Se fossemos criar uma sigla pra esse nome gigante, ela poderia ser assim: TALICOFIMANURAIS – claro, se pegarmos as duas primeiras letras de cada palavra pra ficar bonitinho. E não para por aí. Eu não poderia deixar de citar as siglas - velhas conhecidas - do grande público, da massa que compõe esta nação. São elas: IPTU, IOF e o já diversas vezes mencionado pelas propagandas das Casas Bahia, IPI – reduzido, hein! São tantos tributos que nem dá pra acreditar, confira nesse link e depois comente, faço questão: http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm. E tudo começa por uma dessas quatro palavras: contribuição, fundo, imposto ou taxa. “Taxando” pouco? Aqui no Brasil temos uma das maiores cargas tributárias do globo terrestre, algo em torno de 38%. E as únicas siglas com as quais vemos algum, são o PIS/PASEP e o FGTS. Mas calma, não venha louco (a) babando, rarará. Você também contribuiu para isso, é! E você nem precisa se dar ao trabalho de pagar esse dois, pois eles já são automaticamente e religiosamente descontados do seu salário, uma maravilha! “Eita” que eu tenho um orgulho danado de dizer aquela frase que virou mania nacional: “Sou brasileiro e não desisto nunca”! Dá até pra notar que os publicitários que a criaram insistiram: “... não desisto nunca”. Poderia ser apenas “sou brasileiro e não desisto”, mas fizeram assim, claro, de caso pensado, que é pro camarada não pensar em desistir mesmo. Ai, ai... Chega, né? Acho melhor eu ir pagar o meu IPVA, abastecer meu carro com a gasolina a R$ 2,57 (isso porque nós já somos quase auto-suficientes em petróleo, não se esqueça do Pré-Sal, companheiro) e rezar para que ele faça uma média de 10 km na cidade e 15 km na estrada – ta pensando o quê? Sim, meu “automóvim” é mil, mas é meu, rarará! “Nóis sofre, mas nóis goza”! Valeu, dias melhores.