Logo que começou a ser chantageada por e-mail, há cerca de três semanas, Carolina Dieckmann procurou um advogado do Rio. Contou-lhe que, escondido atrás do anonimato, o autor das mensagens exigia o pagamento de R$ 10 mil. Do contrário, divulgaria as fotos em que a atriz aparece nua.
O advogado colocou Carolina em contato com autoridades de segurança do Estado. Sem alarde, tentou-se armar um flagrante. Orientada, a atriz simulou concordância. Após a troca de mensagens, o autor da tentativa de extorsão ficou de marcar a hora e o local onde o pagamento seria feito.
Súbito, para surpresa de Carolina e das pessoas que lhe guiavam os passos, as fotos foram intempestivamente levadas à internet na última sexta-feira (4). Frustrou-se, assim, o almejado flagrante. Acionado em Brasília, entrou no circuito o advogado Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro.
Submetido ao fato consumado, Kakay decidiu agir em três frentes. Numa, como já noticiado, pressiona sites hospedados no exterior para que retirem as fotos do ar. Noutra, negocia a supressão dos links nos sites de busca da internet, como Google e Yahoo.
A terceira frente, mais importante na visão do advogado, é a identificação do criminoso. Fracassados os esforços informais para chegar ao chantagista, vai-se agora requerer a abertura de um inquérito formal.
Kakay planejava fazê-lo já no final de semana. Foi impedido pela burocracia. Por mal dos pecados, só a delinguência é full-time no Rio. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática não dá expediente no sábado e no domingo.
Nesta segunda (7), o advogado Kakay levará sua cliente ilustre à presença de um delegado. Entregará à polícia dois laptops de Carolina. Um deles contém as fotos que vazaram. O outro guarda na memória os e-mails trocados com o chantagista.
A investigação não começa do zero. Kakay conta que trocou idéias com delegados especializados na apuração desse tipo de delito. Foi informado de que, na maioria dos casos, o criminoso deixa rastros.
O primeiro passo, disseram os especialistas a Kakay, seria descobrir se a máquina que armazena as fotos fora manuseada por terceiros. Consultada, Carolina disse que, há coisa de dois meses, levara o computador a uma firma de reparos.
“Não posso fazer acusações levianas, mas é evidente que isso terá de ser averiguado”, diz Kakay. De resto, há os e-mails enviados pelo chantagista. Imagina-se que será possível farejar o “endereço IP” do remetente. O IP é o número que identifica a máquina no site provedor.
O advogado Kakay informa que, acionados extra-judicialmente, dois sites ancorados no exterior concordaram em retirar as fotos de Carolina Dieckmann do ar. Entre eles o site que iniciou a propagação, a partir de Londres. Ainda de acordo com o defensor da atriz, também o Google comprometeu-se a tomar providências para evitar que sua plataforma de busca seja usada para alcançar as fotos.
Obs.: noticiei esse fato hoje às 10h45 e, pouco tempo antes, consegui ter acesso às tais fotos através do Google, que até o momento não havia impedido as buscas. Em respeito à Carolina Dieckman, obviamente não as postei aqui. Fica apenas a dica para as pessoas que têm fotos comprometedoras em seus computadores. Tenham sempre uma senha na pasta onde as fotos estão e, quando forem levar o PC para reparos, copiem as fotos em um CD ou num pendrive e apague-as, inclusive da lixeira.
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